Os defensores da progressão subestimam o
preço dessa ideia para o crescimento do ser humano. Não se pode ignorar a
importância do ato de conquistar um valor simbólico que reforce a autoestima: a
simples nota. Não a nota dada por imposição de um desmanche da escola pública,
mas aquela autêntica, a que nos traz felicidade por termos conquistado (como a
aprovação em um vestibular ou em um concurso). Por conta da progressão, algumas
pessoas podem passar a vida toda sem sentir esse prazer.
Depois dizem a nós professores que devemos
trabalhar a autoestima dos alunos (como se a sociedade cuidasse bem da nossa) e
fazer com que ele goste da escola. Como é possível se um valor simbólico
importantíssimo, cuja conquista reforçava esse elo entre aluno e escola, já não
é mais necessário? É necessário que os alunos saibam que estão na escola com algum
objetivo que não seja a frequência para as bolsas de transferência de renda ou
o medo dos conselhos tutelares. A escola tem que representar um valor maior.
Quem me dera os alunos se transformassem em estudantes.
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